SnowBoard

Estar a trabalhar enquanto fazia snowboard era uma coisa, não conseguia aproveitar muito. Mas agora que já tinha acabado o meu turno e a pista estava quase vazia, podia aventurar-me na prancha e fazer uma das coisas que mais gostava no mundo.
Preparei-me toda e lá desci com a prancha, indo a toda velocidade. Só que então dei conta de uma pequena raposa das neves atravessar-se à minha frente. Tentei desviar-me mas isso só resultou numa queda prolongada. Senti-me como uma bola neve, espalhafatando-me por ali.

Olhei para uma rapariga que descia a pista de snowboard. não era má de todo mas o seu corpo nao estava bem distribuido, o que iria originar uma grande queda ao minimo deslize. tal como previ, a rapariga acabou por cair e embrulhar.se numa bola de neve. Soltei uma gargalhada e desci até junto dela - estás bem ? - perguntei, esticando a mao para a ajudar a levantar.se

Não gostava de receber ajuda, especialmente quando esta se ria de mim. Mas não tinha alternativa. Desconfiava que não me conseguiria pôr em pé sozinha. Peguei na sua mão mas ao põr-me em pé, percebi que não conseguia mover muito bem o pé - Acho que tenho uma entorse - respondi, mordendo o lábio devido à dor. Afinal ia mesmo precisar da ajuda dele.

- Tens o peso mal distribuido. Estás a por.te em posição de prancha de surf e tens de fazer exatamente o contrario - comentei e tirei.lhe a prancha dos pes. peguei nela ao colo quando a soltei da prancha e levei.a ate a enfermaria

Quem era ele para me ensinar a fazer uma coisa na qual eu até era boa? - Tive problemas porque me passou um animal à frente - repliquei, em minha defesa. Sim, talvez estivesse um bocadinho mal posicionada, também. Ia reclamar quando ele me pegou ao colo. Estava com medo de cair mas nada disso se passou. Os seus braços eram fortes, eu sentia-me segura - obrigada - murmurei baixinho.

- Não tens de agradecer. Não ias conseguir sair daqui sem teres muitas dores - segurei.a bem e comecei a andar com cuidado pela neve - podia.te dar umas aulas se quisesses

Acabaria por me desenvencilhar, como sempre fazia. Mas ele tinha razão, teria sido difícil sair dali sem ajuda. - obrigada mas declino a oferta, sei fazer snowboard - afirmei, algo teimosa. - hoje tive azar, foi isso.

- Se ajeitasses a posiçao como eu disse, ias melhorar bastante e ja nao te ias magoar quando algo se atravessasse a tua frente - encolhi os ombros - onde é que é a enfermaria ? - perguntei. era o segundo ano que estava la mas nunca precisara de ir la

- Obrigada pela dica, vou tentar não me esquecer para a próxima - respondi, com uma breve nota de irritação. Estar magoada deixava-me de mau humor. - Fica na parte ocidental do campus.

Que mau feitio, pensei para mim. - Então fazes parte de que "grupo" aqui no camp ? - perguntei para fazer conversa. a zona oeste ainda era um pouco longe da pista

Detestava mesmo estar incapacitada. E estava a ser irritante com ele, quando ele só me estava a ajudar - Trabalho aqui - pois, isso só tornava a situação mais embaraçosa - desculpa lá toda esta situação.

- estou ao dispor de raparigas bonitas como tu - pisquei.lhe o olho e ri.me - nao tenhas um ataque, estou só a brincar contigo - comentei, ajeitando.a no meu colo

Aquele seu comentário não me devia ter feito corar. Eu era mais forte do que isso. Mas corei. - hum... vê lá se não me deixas cair - insinuei, mudando a conversa.

- Achas que eu nao sou forte o suficiente para aguentar com o teu peso ? [b]- perguntei, arqueando a sobrancelha [b]- e escusas de corar e tentar disfarçar, nota.se nas tuas bochechas

Disso eu não tinha dúvidas. Ele era forte, tinha ar de ser forte e até agora segurara-me sem problemas. - podes cansar-te. Também não sou assim tão levezinha - acho que corei ainda mais - Não digas isso

- faço exercicio frequentemente, todos os dias pelos menos duas horas - olhei.a, fazendo um sorriso convencido. soltei uma gargalhada quando ela corou ainda mais, vendo a enfermaria ao fundo

- Isso explica os músculos - arrependi-me de ter dito aquilo alto. Apesar das roupas que nos separavam, eu apostava que os músculos definidos e fortes se estendiam pelo resto do corpo. Felizmente, estávamos a chegar à enfermaria.

- Se quiseres eu depois mostro.te - olhei para ela e mantive o mesmo sorriso. Deixei ficar aquela oferta no ar, virando.me de costas para poder entrar na enfermaria

Mordi a bochecha quando ele disse aquilo. Por isso mesmo decidi não responder. Mas certamente que gostaria de dar uma olhada. Entrámos na enfermaria.

encerrado.